terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

CONGRESSO REABRE TRABALHOS E RECONDUZ JOSÉ SARNEY AO COMANDO DO SENADO.

Ao dar posse aos senadores, Sarney disse que Senado vive 'novos tempos'; Câmara escolhe presidente no fim da tarde

O Congresso reabriu seus trabalhos na manhã desta terça-feira, com a posse de 513 deputados e 54 dos 81 senadores - 27 dão continuidade aos seus mandatos iniciados em 2008. Abertas simultaneamente, por volta das 10 horas da manhã, as duas cerimônias ajudaram a evidenciar o domínio do PT e do PMDB, dois maiores partidos da base aliada ao governo da presidenta Dilma Rousseff.
Confirmando as expectativas, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), foi reconduzido ao cargo. Na eleição que definiu o comando da Casa, o peemedebista teve 70 votos, contra 8 votos do adversário do PSOL, Randolfe Rodrigues. Houve dois votos em branco e um voto nulo.
Com a voz embargada e lembrando seus 55 anos de vida pública, o senador disse que este é seu último mandato. “Tenho nesta posse o gosto da despedida, pois cumprirei meu último mandato. Espero fazer toda a doação de mim mesmo para servir esta Casa, que é um pouco da minha vida, um pouco do meu amor”, disse.
Ainda em seu discurso, Sarney mandou um recado aos críticos e ignorou os escândalos que marcaram sua estadia no cargo. Recuperado da crise aberta pela assinatura de atos secretos na Casa, Sarney disse que assistiu a mais de 50 CPIs e que nenhuma delas levantou qualquer coisa contra ele ou sua conduta pessoal. "Não desejava o encargo, mas dele não pude fugir", afirmou o peemedebista, ressaltando que a confiança dos demais senadores o "conforta, redime e aumenta as responsabilidades no cargo".
Com o apoio de quase 10% da Casa, Randolfe criticou a atual gestão. "O Senado atravessa uma grave crise ética", disse. Na Câmara, que só escolhe seu presidente no fim da tarde, o deputado Marco Maia (PT-RS) é o favorito na disputa contra Sandro Mabel (PR-GO).
No Senado, a cerimônia que deu posse aos senadores começou com cerca de meia hora de atraso. O primeiro a assumir o novo mandato foi Itamar Franco (PPS-MG), que teve a preferência por ser ex-presidente da República e por ser o senador mais velho. Ao empossar seu adversário na disputa pela presidência da Casa, Sarney errou o nome do adversário, a quem chamou de Randolfe “de” Rodrigues.
Durante a posse, Sarney afirmou que o Senado "vive novos tempos". E, novamente sem citar a crise dos atos secretos, disse ter ter feito mudanças na Casa - uma das promessas do senador era uma ampla reforma administrativa que não chegou a ser efetivada. "O Senado é a grande instituição da República, respondendo por sua unidade nessa Casa construída ao longo da história. A soma de todos nós é menor do que a instituição do Senado", disse.
Na Câmara, Marco Maia também teve direito a discurso, já que exerce atualmente a presidência da Casa. Ele substituiu o peemedebista Michel Temer, que renunciou em dezembro para ser diplomado vice-presidente da República. “Aqui tem inicio a maioria das leis que regulam a vida dos brasileiros. Nosso papel é também dar conhecimento delas para a população lute por seus direitos e esteja ciente dos seus deveres”, disse Marco Maia.
Fortalecimento
A nova composição das duas Casas demonstra que os principais partidos governistas ganharam força. Partido de Dilma, o PT cresceu em ambas. Até o fim do ano passado, a sigla era a segunda maior na Câmara e apenas a quarta maior no Senado. A partir de hoje, o PT terá a maior bancada de deputados com 88 integrantes. No Senado, será a segunda maior, com 15 senadores.
Com força histórica no Congresso, o PMDB terá a maior bancada no Senado, com 20 integrantes. Na Câmara, será a segunda maior bancada, com 79 deputados. A oposição perdeu espaço nas duas casas. O PSDB diminui de 14 para 10 o número de senadores. Na Câmara, os tucanos caíram de 66 para 53 deputados.
O estrago maior, no entanto, foi no DEM (ex-PFL). Se em 2007 os democratas figuravam como a segunda maior bancada no Senado com 14 senadores, a partir de hoje contarão com apenas 5 integrantes. Na Câmara, a perda também foi grande. A bancada do DEM caiu de 65 deputados, em 2007, para 43, em 2011.
Entre os partidos médios, houve mudanças principalmente nas siglas que integram a base aliada na Câmara. O PR (ex-PL) subiu de 23 deputados para 41. O PSB também registrou crescimento: de 27 para 34 integrantes. No Senado, o PP foi o partido que mais cresceu. Tinha apenas um senador e subiu para 5 membros.

Fonte: Com informações da Agência Estado e Agência Brasil/Último Minuto

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