domingo, 27 de fevereiro de 2011

DETALHAMENTO DO CORTE DE R$ 50 BILHÕES SAI NA SEGUNDA-FEIRA, DIZ PLANEJAMENTO.

Com isso, informação sairá antes da reunião do Copom, na quarta-feira.
Diretor do BC avaliou que o corte de gastos reduzirá pressões inflacionárias.


O Ministério do Planejamento confirmou nesta sexta-feira (25) que o detalhamento do corte de R$ 50 bilhões no orçamento federal de 2011 sairá na próxima segunda-feira (28). Com isso, o governo anunciará o valor dos bloqueios, por ministérios, antes da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, responsável por fixar a taxa básica de juros da economia, marcada para terça e quarta-feiras da próxima semana.
Economistas do mercado financeiro se mostraram céticos sobre a implementação do corte de R$ 50 bihões anunciado pelo governo e aguardam o detalhamento da medida para ter mais informações sobre o assunto. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, que participará do anúncio do detalhamento do corte, já informou que os valores não serão revertidos (liberados novamente para gastos) no decorrer deste ano - ao contrário de exercícios anteriores.
O corte seria uma forma de o governo tentar atingir a meta cheia de superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública e tentar conter o crescimento da dívida pública) do setor público neste ano, que é de R$ 117,9 bilhões, ou 2,9% do PIB. Nos últimos dois anos, a meta cheia, ou seja, sem o abatimento dos gastos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), não foi atingida.
O corte de R$ 50 bilhões, segundo economistas, contribuirá para conter a demanda e, subsequentemente, a inflação, e pode resultar uma política mais suave para a taxa de juros no decorrer deste ano. Para a próxima semana, porém, a expectativa do mercado financeiro é de uma nova elevação nos juros por parte da autoridade monetária, dos atuais 11,25% para 11,75% ao ano.
Em seminário nesta semana, o diretor de Assuntos Internacionais e de Normas do Banco Central, Luiz Awazu, avaliou que o corte de R$ 50 bilhões em gastos públicos contribuiria para reduzir as pressões inflacionárias na economia. "A consolidação fiscal [corte de R$ 50 bilhões] determinada pela presidenta Dilma Rousseff é uma variável importante, e deve ser devidamente incorporada nas projeções. Com certeza, irá contribuir para a moderação da demanda agregada, e consequentemente, redução da pressão inflacionária. O Copom tem trabalhado com o cenário de cumprimento pleno das metas fiscais estabelecidas governo", declarou ele na ocasião.

Fonte: Alexandro Martello/Do G1, em Brasília

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