Dos 24 deputados estaduais que tomaram posse na Assembleia Legislativa de MT, um terço (oito) tem processos na Justiça
Dos 24 deputados estaduais que tomaram posse hoje na Assembleia Legislativa (AL) de Mato Grosso, um terço deles (oito) é processado nas diversas esferas da justiça. O deputado estadual José Geraldo Riva (PP), o presidente da Assembleia, é o que mais se destaca. Ele é réu em 102 ações de improbidade administrativa, além de ser acusado de desviar da AL valores que, atualizados, chegariam hoje a meio bilhão de reais, de acordo com o Ministério Público Estadual (MPE).
O suposto esquema teria funcionado entre 1999 e 2002. Segundo o MPE, o dinheiro da Assembleia era desviado por meio de cheques pagos a empresas fantasmas.
Na tentativa de minimizar as críticas pelos muitos processos que responde na Justiça, Riva, eleito pela quinta vez presidente da Assembleia, ressaltou que ser político hoje em dia e não ser processado é uma virtude para poucos.
“Noventa por cento da classe política tem processos”, soltou. “Sou alguém que discute, que diverge, e que acabo incomodando muita gente”, disse.
Mesmo com tantas denúncias, o deputado tem o aval do governador Silval Barbosa (PMDB) (PP). “É a justiça que tem que dizer se ele é culpado ou não. Eu confio no Riva”, afirmou Silval.
A justiça já chegou a condenar Riva, e mais de uma vez. O juiz Luis Aparecido Bertolucci Júnior, titular da Vara Especializada em Ação Civil Pública e Ação Popular de Cuiabá, o condenou quatro vezes por corrupção em órgão público.
Riva se diz vítima de uma perseguição judicial e pediu a suspeição do juiz Bertolucci, para julgar processos contra ele. Dessa forma, todas as ações de improbidade administrativa propostas contra o deputado estão atualmente suspensas.
No ano passado, Riva teve o mandato cassado, em decisão unânime do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso, a pedido do Ministério Público Eleitoral, pela pratica de corrupção eleitoral. Mesmo com o revés, foi o deputado estadual mais votado de Mato Grosso na última eleição. Teve ao todo, 93.594 votos. A maior parte deles veio de municípios das regiões norte e noroeste de Mato Grosso, como Juína e Juara.
A cerimônia de posse contou com uma única chapa inscrita para disputar a presidência da Assembleia, o que reflete a influência do parlamentar mesmo depois de ter sido cassado. Ele terá Sérgio Ricardo (PR) como 1º secretário, o segundo cargo mais importante do Legislativo e responsável por administrar orçamento de aproximadamente R$ 230 milhões por ano.
Somente a deputada Luciane Bezerra (PSB) votou contra a volta de Riva à presidência da Assembleia. “Sou a favor de que a eleição tivesse mais de uma chapa”, explicou. O marido dela, Oscar Bezerra, ex-prefeito de Juara, é tido como adversário político de Riva.
“Só espero que o respeito entre nós (ela e Riva) seja recíproco, como tem sido até agora”, pontuou.
Fonte: Último Minuto
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