terça-feira, 29 de março de 2011

RÔMULO REVELA MÁGOS COM CÍCERO, IMPÕE CONDIÇÕES PARA FICAR NO PSDB E INSINUA QUE JOSÉ MARANHÃO INFLUENCIOU O PODER JUDICIÁRIO NA CASSAÇÃO DE CÁSSIO.

O vice-governador Rômulo Gouveia (PSDB) já pode ser considerado o entrevistado mais polêmico de todas as edições do programa Conexão Arapuan, apresentado por este blogueiro na TV Arapuan, Canal 14. Ele revelou mágoas pessoais com o senador e presidente do PSDB paraibano Cícero Lucena, impôs condições para não deixar o ninho tucano, falou sobre as eleições de 2014, o papel de Cássio dentro do governo socialista, flerte com o PMDB, o processo que pede a cassação de Veneziano, e chegou a insinuar que o ex-governador José Maranhão influenciou o judiciário no processo que cassou o mandato de Cássio.
Rômulo fez apelo para que Cássio Cunha Lima assuma o comando do ninho tucano como condição para sua permanência na legenda. “Não é possível o que estou enfrentando, é muito contraditório como vice-governador ter o meu partido contrário ao nosso governo”, disse.
Para Rômulo, é fundamental o apoio do PSDB como partido ao governo. “O processo para as eleições de 2010 foi muito dramático e não quero repetir esse cenário”, explicou. “Não tenho espaço no PSDB, não só para mim, como para meus aliados. Cícero disse que não tenho representação, valor na Capital. É uma falta de respeito comigo, me tratar desta forma”, desabafou. “Isso pra mim, machucou bastante”, confessou.
Pouco depois, mais descontraído, Rômulo chegou a ironizar a situação que vive no partido. “Não posso dar pitaco, então a única forma é sair do partido para dar pitaco. Até blogueiros dão pitaco e eu não posso”, disse aos risos. “Não vou ficar submisso a ninguém. Tenho condições de caminhar com minhas pernas”, alfinetou.
Eleições 2014
Perguntado sobre as eleições para o Governo do Estado no ano de 2014, Rômulo disse que independente de sua permanência ou não no ninho tucano, é natural que o PSDB lutará por uma candidatura própria. “O partido não engoliu as eleições de 2010, então seria demagogia nossa acreditar que o PSDB, permanecendo como está não lute por isso”, refletiu.
Papel de Cássio
Rômulo explicou que administrar é contrariar interesses. “É verdade que temos dificuldades num início de governo, mas tanto o governador Ricardo Coutinho, quanto sua equipe trabalha para atender as demandas da classe política,” disse.
O papel de Cássio Cunha Lima no governo estadual, lembrou Rômulo, é principalmente representar o Estado no Senado, trazendo recursos e benefícios aos paraibanos. “Neste momento é preciso uma compreensão da classe política, de que Cássio não servirá de porta voz de qualquer insatisfação”, afirmou.
PMDB
Questionado sobre a posição adotada pelo PMDB estadual ao “tapar o Sol com a peneira” quanto as adesões de deputados estaduais ao governo, Rômulo Gouveia não poupou palavras. “Se eles os expulsassem, quem perderia seriam eles. Seria muito mais fraco para eles, pois na hora em que fossem expulsos, estariam reduzindo a bancada e, além disso, um dirigente partidário que possui uma pretensão nacional vai querer estar nas manchetes – PMDB da Paraíba expulsa três deputados estaduais – “, disparou.
Caso Vené
Rômulo Gouveia disse ter confiança e acreditar na justiça quando questionado sobre o processo que pede a cassação do prefeito de Campina Grande Veneziano Vital do Rêgo (PMDB). “Os fatos e acusações são muito graves”, afirmou.
Provocado sobre não acompanhar de perto o “desenrolar” do processo de Veneziano, com a mesma competência que Maranhão fez com caso de Cássio Cunha Lima, Rômulo chegou a insinuar que José Maranhão teria influenciado na decisão do judiciário. “O papel não é meu, é do Ministério Público. Além disso, não tenho o prestígio que o ex-governador José maranhão têm. Na época senador da República, presidente da comissão de orçamento, além da esposa desembargadora”, insinuou.

Fonte: Blog do Luís Torres/PBAgora

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