Roberto Cavalcanti pode ser forçado a vender Correio da Paraíba para não prejudicar planos políticos; concessão do Sistema pode ficar em “xeque”
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo Silva, defende que os políticos sejam proibidos de ter concessão de rádio e TV. Caso a ideia entre em vigor, o ainda senador Roberto Cavalcanti (PMDB) pode ver seu sonho de voltar à vida política ir por água a baixo.
Inserido na vida pública a quase dois anos, quando assumiu a titularidade no Senado com a ascensão de José Maranhão (PMDB) ao Governo do Estado, após cassação de Cássio Cunha Lima (PSDB), Cavalcanti chegou de forma silenciosa ao Congresso Nacional, mas foi conseguindo espaço.
Visualmente predestinado a ganhar força junto à classe política e ao próprio eleitorado, Roberto subiu à tribuna da Casa diversas vezes durante sua atuação parlamentar, ou defendendo teses de companheiros legisladores, ou mesmo “empunhando bandeiras” de ideais próprias. Com isso, deixou o anonimato político e chegou a ser cotado como um dos candidatos da chapa maranhista ao Senado.
Frustrados seus planos de permanecer no Senado Federal, Roberto Cavalcanti preferiu voltar a administrar sua empresa de comunicação, o Sistema Correio. Apesar disso, mesmo aceitando se manter silente no processo eleitoral, Roberto nunca escondeu sua intenção de voltar ao “palco político” e provou isso em seu discurso de despedida no Senado ao falar de “saudade”.
Sendo assim, caso o novo ministro ponha à frente sua ideia, as portas para o retorno a vida pública começam a se fechar para Cavalcanti. A única solução seria vender a empresa ou perder a concessão.
A proposta
Conforme revelado em dezembro, a proposta consta do anteprojeto de lei de comunicação eletrônica deixada pelo ex-ministro Franklin Martins, que o governo colocará em discussão.
Segundo ele, "o congressista não pode ter concessão, para não legislar em causa própria". Ele duvida que o Congresso aprove a medida, em razão do grande número de políticos com concessões --61 eleitos em 2010 informaram possuir rádio ou TV.
Uma semana depois de dizer que era a favor da limitação de 30% para o capital estrangeiro nos portais de conteúdo jornalístico na internet, o ministro recuou e disse não ter posição fechada.
Para o ministro, é mais fácil iniciar um processo de impeachment de um presidente do que rejeitar a renovação de uma concessão de rádio ou de TV.
Fonte: Luis Alberto Guedes/PB Agora/Folha de São Paulo.
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